sexta-feira, dezembro 16, 2005



Potresto

Eles estão entre nós. Eles, os puxa-sacos. Compadre, eu não sei se tô ficando velho, ficando chato ou as duas coisas, o fato é que eu não sei mais lidar com isso. Não, não sei. Tô cansado do simples convívio, da observação, da convivência forçada com essa raça. Eles estão aí, na rua, no trabalho. E o que faz uma pessoa ser assim, Jesúis? Será que meu nojo é entojo? Porque não é fácil ser puxa-saco. Tem que se empenhar mesmo, é um lobby sem fim, um teatro improvisado (às vezes não, há muito ensaio). Mas é nojento. E a pessoa sabe que você sabe, mas o que importa é o dono do saco, the boss. Eu, que nunca mandei, só obedeci, pergunto: o que pensa o puxa-sacável? Ele sabe e gosta? Não sabe e gosta?
Eu passo. Não é pra mim. Não quero migalha em troca de babação. Tento dizer o que penso ou, no máximo, recolho-me à minha insignificância no cocô do cavalo do bandido. Prefiro me dar muito mal, mas não rélo nessa putaria. Vai, que puxe o saco, suba na vida e me esqueça. Erght, hoje eu tô com noja.

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