segunda-feira, abril 13, 2009

Pagando pedágio pra ficar parado



Até bem pouco tempo atrás, a BR 116, entre Curitiba-PR e Mafra-SC, não tinha pedágio. A estrada não estava duplicada, o asfalto não era 100%, mas você conseguia ir e vir sem perder tempo em paradas inúteis por conta de congestionamentos.

Agora, a BR 116, entre Curitiba-PR e Mafra-SC, tem pedágio. Duas praças em menos de 100 quilômetros. A estrada continua igual, sem sinal de duplicação, o asfalto ainda não é 100% (deu uma melhoradinha, mas é só), e agora você enfrenta grandes congestionamentos em datas comemorativas.

Foi o que aconteceu ontem, quando eu retornava à Curitiba após o feriado de Páscoa. Um congestionamento de quilômetros se formou da entrada de Mandirituba até a praça de pedágio. E o caos continuou após o pagamento do pedágio – sim, eu e todos os outros motoristas tivemos de pagar pelo inestimável serviço de ficarmos parados num congestionamento.

E numa olhadela superficial, tudo parece (só) falta de planejamento. Parece que basta uma ajeitadinha no asfalto, umas placas de curva acentuada à direita e uns olhos-de-gato na estrada e pronto, já está tudo liberado para que o pedágio possa ser cobrado. O fato de que, em feriados, o fluxo aumenta e a estrada, simples, pode não comportar o afunilamento dos carros não deve ter sido levado em consideração.

As cancelas em funcionamento - acho que eram oito ontem à noite, tentavam imprimir velocidade, mas isso era impossível quando, poucos metros depois, estas oito pistas se reduziam a apenas uma. E isso sem a presença de um funcionário sequer para orientar o caos. Só havia funcionários antes das cancelas, talvez para agilizar o pagamento. Um desrespeito incrível da empresa OHL para com os motoristas. Um contra-senso, já que agora a gente parece obrigado a pagar não por benefícios, mas por transtornos. Uma duplicação de pista entre Mandirituba e Fazenda Rio Grande era o mínimo necessário para permitir o fluxo normal de veículos em momentos de pico. E em momentos normais também.

Mas isso exigiria planejamento e investimento. E é claro que governantes e empresas não querem perder tempo e dinheiro com ações que beneficiem quem viaja a lazer ou a trabalho. O objetivo é, ou aparenta ser, lucrar rápido e sem nenhuma contrapartida para os chamados usuários.

Sem opções, nos vemos obrigados a pagar pelo direito de ficarmos parados.

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