A mudança
Num sobressalto, pulou do sofá, andou pelos cômodos sem vida e parou na soleira da porta. Se fechasse os olhos, poderia ouvir os risos vindos da cozinha. Se respirasse mais fundo, poderia sentir o cheiro de café e cigarro mentolado. Mas resistiu, deixou os móveis, alguns cabides e saiu. Objetos pertencem à casa. Com as mãos nos bolsos, atravessou a rua, deixando para trás até o chofer do caminhão de aluguel. Mudou porque precisava encontrar um lugar menos seguro. Mudou, acima de tudo, porque cansou de ver aquela velha fachada desbotada toda vez que se olhava no espelho.
2 comentários:
Gostei muito.
Achei que tava lendo o velho Tezza.
Valeu, Decio. Este é um velho blog feito a 16 mãos (alguns caboclos você conhece muito bem, hehehe). Vamos ver se o Medita volta à ativa com novos textos. Abraço.
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