Vera Ficha
Ela desceu do opalão marrom em pleno calçadão de Copacabana, fim de tarde, uma luz dourada refletida nos imensos óculos de sol by Zuzu Angel. Bom, era a Vera Fischer que eu lembrava das sessões do Cine Brasil: maquiagem pesada, cabelão oxigenado, tesudona, pouca roupa e cara de vadia. Foi andando, olhando para os lados, sorrisinho de quem vai fazer putaria. Vai, Vera, vai que eu tô ligado. Foi aos pulinhos para debaixo de uma árvore só para me encontrar. Eu, no caso, era bigodudo e usava calça de tergal boca-de-sino, tipo modelo da US Top de 1977. Ah, vai ser ali mesmo, eu conheço a Vera. Ela me pega pela gola da camisa, chega no ouvido e diz: Upa-lá-lá.
Upa-lá-lá? Upa-lá-lá, Vera Fischer? Puta que pariu! Faz vinte e cinco anos que eu não sonho com você e, quando me vem essa iluminação, você solta uma dessas? Fodeu, espalhou no meu sonho um cheiro de Domingo no Parque, de Bozo, sei lá. Upa-lá-lá o caralho. Vou te contar, viu? Vou é sonhar com a Maitê Proença, chupando pirulitinho, minissaia mostrando o rabo e tal.
Fazer o quê? Eu gosto de mulher mais nova.
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